Desde que o homem notou pela primeira vez o movimento regular do Sol e das estrelas, começou a se perguntar sobre a passagem do tempo. A população pré-histórica registrou as fases da Lua, pela primeira vez, cerca de 30 mil anos atrás.
Desde então, a contagem do tempo tem sido a maneira pela qual a humanidade tem observado os céus e representado o progresso da civilização.
Eventos naturais
Os primeiros eventos naturais a serem reconhecidos aconteciam nos céus, mas, durante o curso de um ano, muitos outros eventos climáticos indicam alterações significativas no ambiente.
Ventos e chuvas sazonais, inundações de rios, florescimento de árvores e plantas, e os ciclos de reprodução ou migração de animais e aves, tudo isso levou a divisões naturais do ano, que culminaram com o reconhecimento das estações.
Contagem do tempo pelo Sol
Conforme o Sol se move no céu, as sombras mudam de direção e comprimento, de modo que um simples relógio de sol pode medir a duração de um dia. Assim, não foi difícil perceber que a duração de cada dia dependia da época do ano.
Primeira divisão do dia em partes
O povo egípcio foi um dos primeiros a usar relógios de sol para marcar os dias, e, graças a evidências arqueológicas, os historiadores acreditam que essa tenha sido a primeira civilização a dividir o dia em partes menores.
Por volta de 1500 a.C., os egípcios desenvolveram um relógio de sol em forma de “T”, colocado no solo e calibrado para dividir o intervalo entre o nascer e o pôr do sol em 12 partes, com base no número de ciclos lunar. Essa divisão durante o dia formou a primeira representação do que chamamos de “hora”.
Sem luz artificial para contar as horas durante a escuridão, os egípcios recorreram a um conjunto de 24 estrelas, das quais 12 marcavam a passagem da noite.
O relógio de água (clepsidra) é um antigo instrumento constituído por dois cones que se comunicam pelo ápice (sendo um deles cheio de água) e que era usado para medir o tempo com base na velocidade de escoamento da água do cone superior para o inferior.
60 minutos
Foi só entre 147-127 a.C. que surgiu a divisão do dia em 24 horas com base na observação dos dias de equinócio. Antes, porém, por volta de 2000 a.C., os babilônios desenvolveram um sistema de cálculo astronômico baseado no número 60. Mas a segmentação em 60 minutos, cada um com 60 segundos, ocorreu também no século II a.C., com os estudos do astrônomo grego Eratóstenes.
Mesmo assim, por muito tempo, os relógios dividiam as horas em metades, terços ou quartos, nunca em 60 minutos, até ser inventado o primeiro relógio mecânico, no final do século XVI.
Tempo universal coordenado
Graças às civilizações antigas, que definiram e preservaram as divisões do tempo, a sociedade moderna pode conceber um dia de 24 horas, uma hora de 60 minutos e um minuto de 60 segundos.
Os segundos já foram derivados da divisão de eventos astronômicos em partes menores, mas isso mudou em 1967. Naquele ano, o segundo foi redefinido como a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação decorrente das transições de energia do átomo de césio. Essa caracterização inaugurou a atual era da cronometragem atômica e o UTC (tempo universal coordenado).
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